COMUNICADO DE IMPRENSA

3 de outubro de 2018

Combinação de cirurgia para perda de peso e transplante de fígado beneficia pacientes obesos no longo prazo

Newswise — ROCHESTER, Minnesota, EUA — Pacientes obesos submetidos simultaneamente a uma cirurgia para perda de peso e ao transplante do fígado tiveram maior sucesso para manter a redução de peso no longo prazo e tiveram menos complicações metabólicas do que pacientes que perderam peso por conta própria antes de passar por um transplante do fígado, segundo pesquisa da Mayo Clinic. As descobertas foram publicadas no periódico Hepatology.

“O estudo mostra que a abordagem combinada de transplante de fígado e cirurgia para perda de peso é segura e eficaz no longo prazo”, afirma a autora sênior Julie K. Heimbach, M.D., cirurgiã especializada em transplantes e diretora cirúrgica da área de Transplante do fígado na Mayo Clinic.

Conforme as taxas de obesidade nos EUA aumentaram vertiginosamente, o mesmo aconteceu com o número de pessoas diagnosticadas com doença hepática gordurosa não alcoólica — uma gama de doenças do fígado que afetam pessoas que ingerem pouco ou nenhum álcool e que resultam no armazenamento excessivo de gordura nas células hepáticas. Estima-se que 80 a 100 milhões de americanos foram diagnosticados com essa doença hepática crônica.

Historicamente, pacientes com alto grau de obesidade que não conseguem perder o peso necessário não têm acesso a um transplante de fígado porque a obesidade pode aumentar o risco cirúrgico e é um fator de risco potencial para complicações pós-transplante. Em outros casos, os transplantes são feitos sem tratar do problema de peso do paciente, o que pode levar a doenças do fígado no futuro e, assim, ameaçar o sucesso do transplante.

O estudo envolveu 49 adultos com índice de massa corporal superior a 35 kg/m2 que foram encaminhados à Mayo Clinic para transplante do fígado desde 2006. Desses pacientes, 36 perderam peso suficiente para chegar a um IMC inferior a 35 kg/m2 e foram submetidos apenas ao transplante de fígado.

De modo geral, 29 não conseguiram perder peso suficiente antes do transplante e, dessa forma, foram submetidos a uma cirurgia combinada de transplante de fígado e de gastrectomia vertical, sendo que, para 13 deles, já haviam se passado 3 anos ou mais desde a cirurgia, que era o foco do estudo.  Gastrectomia vertical é um tipo de cirurgia de perda de peso que reduz o tamanho do estômago em cerca de 80%.

Os pesquisadores descobriram que, embora tenham apresentado perda de peso significativa antes da cirurgia, os pacientes submetidos apenas ao transplante de fígado ganharam peso de forma constante depois dela. O percentual de peso corporal total ganho foi maior entre os pacientes que passaram apenas pelo transplante de fígado, em comparação com aqueles que passaram pelo transplante e pela gastrectomia vertical.

Três anos após a cirurgia, os pacientes que passaram somente pelo transplante de fígado mantiveram uma perda de peso mediana de 3,9% do peso corporal total, comparado a 34,8% no caso dos pacientes submetidos ao transplante de fígado e à cirurgia para perda de peso. Além disso, os pacientes que passaram pela cirurgia dupla apresentaram menor probabilidade de ter pressão arterial alta, resistência à insulina e gordura no fígado. Eles precisaram de menos medicamentos para reduzir a pressão arterial e o colesterol.

“A doença hepática relacionada à obesidade é um dos motivos mais comuns e em maior crescimento que leva as pessoas a precisarem de transplante de fígado. Embora a maioria das pessoas obesas não precise de um transplante, no caso daqueles que desenvolvem uma doença hepática avançada, precisamos ter uma abordagem que trate não somente a doença hepática, mas também sua causa”, afirma a doutora Heimbach.

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