Newswise — PHOENIX, Arizona — A Mayo Clinic está usando a impressão 3D como uma nova opção para cura de laringe após câncer ou lesão traumática. O Dr. David Lott, M.D., otorrinolaringologista e cirurgião de cabeça e pescoço da Mayo Clinic, é um especialista que pode falar sobre o procedimento pioneiro que usa engenharia de tecidos e bioimplantes 3D para regeneração de laringe, também conhecida como caixa de voz.  

O Dr. Lott também é diretor associado do Centro de Medicina Regenerativa da Mayo Clinic no Arizona. O centro apoia o trabalho dele como parte do objetivo de oferecer novas curas para pacientes com doenças raras e complexas. 

“No meu laboratório, adotamos o ditado: regenerar esperança, restaurar vidas”, diz o Dr. Lott. “No passado, a única opção era remover a laringe inteira. Com as novas ferramentas de alta tecnologia, agora podemos remover apenas a parte doente dela e preservar a parte saudável . Nós atendemos muitos pacientes que poderiam se beneficiar em algum nível dessa regeneração.” 

Após a cirurgia de remoção da laringe, um procedimento conhecido como laringectomia, os pacientes precisam respirar por meio de um orifício no pescoço. Mesmo tarefas simples como tomar um banho podem se tornar difíceis. Por exemplo, se entrar muita água no orifício do pescoço, isso pode causar afogamento. 

Sem a laringe, a pessoa precisa se comunicar de outras formas, sem as cordas vocais. Alguns aprendem a falar com um dispositivo mecânico que emite uma voz robótica ou falam empurrando o ar pela garganta, como se fosse um arroto. 

Superar os desafios da regeneração 

A laringe é um órgão delicado que é composto de tecido e cartilagem com formato específico para ajudar na fala e na respiração. A equipe do Dr. Lott faz uma tomografia computadorizada antes da cirurgia para medir com precisão a área afetada pela doença ou lesão. Com base no exame, eles fazem a bioimpressão de um scaffold 3D no formato do tecido que foi removido. Em seguida, o scaffold é implantado no paciente e coberto com músculo. A tecnologia de bioimpressão tem o potencial de regenerar células e vasos sanguíneos e integrá-los ao scaffold, restaurando a função natural. 

“Um dos maiores desafios do implante 3D é garantir que as células sobrevivam por tempo suficiente para que o fluxo de sangue do próprio corpo se desenvolva no scaffold e regenere o tecido”, diz o Dr. Lott. “O segundo desafio é implantar uma réplica exata do que foi removido na cirurgia. Se houver diferença nas cordas vocais, mesmo que seja de um ou dois milímetros, isso pode afetar a capacidade da pessoa de engolir ou falar.” 

Na espera pela aprovação dessa tecnologia pela FDA, o Dr. Lott e a sua equipe querem ajudar as pessoas com uma versão modificada do implante. Essa versão permite o uso do formato scaffold específico do paciente, mas utiliza técnicas de cirurgia mais tradicionais para cobri-lo. Vários scaffolds foram implantados em pacientes que fizeram cirurgia de laringe ou de traqueia. 

Evitar pinos quadrados em orifícios redondos 

Antes da tecnologia de impressão 3D, os pacientes tinham opções limitadas. Uma opção era remover a parte doente da laringe e deixar um espaço vazio coberto por músculo. Outra opção era usar um osso de algum outro lugar do corpo e moldá-lo para encaixar na laringe. 

“Era como tentar colocar um pino quadrado em um orifício redondo”, diz o Dr. Lott. “Isso exigia várias cirurgias de revisão. A grande maioria dos pacientes optaria por remover toda a caixa de voz em vez de passar por um longo procedimento de reconstrução.” 

Os implantes parciais de laringe estão formando a base para os primeiros transplantes de laringe na Mayo Clinic. A Rede Unida para o Compartilhamento de Órgãos (United Network for Organ Sharing ou UNOS), aprovou o programa de Dr. Lott e sua equipe como o primeiro programa de transplante de laringe no país. 

“Isso nos dá mais ferramentas na caixa de ferramentas da medicina regenerativa”, diz o Dr. Lott. “Com a engenharia de tecidos e a impressão 3D, só podemos regenerar um pouco mais da metade da caixa de voz. Um transplante poderia restaurar ou substituir toda a laringe, oferecendo novas opções para um subgrupo de pessoas que precisam de laringectomia total.” 

O Dr. Lott está avaliando pacientes para o programa de transplante de laringe. Os melhores candidatos são aqueles que apresentam danos na laringe ou estão livres do câncer há pelo menos cinco anos. 

O Dr. Lott está disponível para entrevistas sobre regeneração da laringe após câncer ou lesão traumática. 

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