Newswise — ROCHESTER, Minnesota — As terapias contra o câncer que salvam vidas podem causar efeitos colaterais graves, tanto imediatamente quanto mais tarde na vida. "É essencial continuar estudando abordagens inovadoras que erradiquem a doença, mas que não diminuam a qualidade de vida das pacientes diagnosticadas com câncer", diz o Dr. Roberto Leon-Ferre, médico oncologista de mama da Mayo Clinic. Com o aumento das taxas de câncer de mama entre as mais jovens, a necessidade de tratamentos que proporcionem excelentes resultados com menos efeitos secundários só vem aumentando.

Especialistas do Centro Oncológico Integral da Mayo Clinic destacam pesquisas sobre o câncer de mama que podem reduzir ou eliminar a necessidade de quimioterapia e tratamentos endócrinos, além de possibilitar cursos de radioterapia mais curtos e menos intensos.

Biomarcador Prognóstico Identificado no Câncer de Mama Triplo-Negativo: Um Potencial para Reduzir o Uso de Quimioterapia

A equipe de pesquisa do Dr. Leon-Ferre recentemente identificou um biomarcador prognóstico em pacientes diagnosticadas com câncer de mama triplo-negativo (TNBC, sigla em inglês), um tipo de câncer de mama que não possui receptores de estrogênio ou progesterona, e que não apresenta uma expressão excessiva de HER2. Os pesquisadores descobriram que pacientes com altos níveis de células imunes naturalmente existentes, chamadas de linfócitos infiltrantes de tumor (TIL, sigla em inglês), dentro de seus tumores, podem ter um risco menor de recorrência do câncer e melhores taxas de sobrevivência, mesmo quando a quimioterapia não for administrada.

"Essa é uma descoberta importante, pois o câncer de mama triplo-negativo é uma forma particularmente agressiva de câncer de mama que não responde a terapias hormonais ou drogas que visam a proteína HER2", explica o Dr. Leon-Ferre. "Isso significa que as opções de tratamento são mais limitadas e muitas vezes mais intensas e severas para as pacientes. No entanto, algumas pacientes com TNBC podem ser curadas sem quimioterapia, e o ponto principal é identificar quem são essas pacientes com antecedência." Ele acrescenta que pesquisas futuras investigarão se os TIL podem ser utilizados para decidir quem pode, ou não, precisar de quimioterapia após um diagnóstico de TNBC.

Estudo Investiga a Necessidade de Quimioterapia em Mulheres na Pré-Menopausa com Câncer de Mama de Risco Intermediário

Em um estudo paralelo em andamento, a Dra. Tufia Haddad, médica oncologista de mama da Mayo Clinic, é co-chair de um estudo que compara dois esquemas de tratamento em mulheres pré-menopáusicas com câncer de mama de risco intermediário: um grupo com quimioterapia, supressão ovariana e terapia hormonal, e outro grupo sem quimioterapia, mas com supressão ovariana e terapia hormonal. O estudo tem o objetivo de determinar se os benefícios da quimioterapia provêm de sua capacidade de suprimir a função ovariana (reduzindo, portanto, a produção de estrogênio) ou de seus efeitos diretos no combate ao câncer. "Os resultados podem determinar se a quimioterapia é necessária ou se a supressão ovariana e a terapia hormonal por si só são suficientes neste grupo de pacientes, poupando-as dos efeitos colaterais da quimioterapia", explica a Dra. Haddad.

Endoxifeno: Uma Poderosa Terapia para o Câncer de Mama com Receptor Positivo para Estrogênio Investigada pela Mayo Clinic

Dr. Matthew Goetz, oncologista clínico de mama e diretor dos Programas Especializados de Pesquisa em Excelência em Câncer de Mama da Mayo Clinic (SPORE) e Professor Erivan K. Haub de Pesquisa em Câncer em Homenagem a Richard F. Emslander, passou mais de uma década estudando a utilização de endoxifeno para o tratamento de pacientes com câncer de mama positivo para receptores de estrogênio (câncer de mama positivo para ER- ou ER+), o subtipo mais comum de câncer de mama.

O endoxifeno, o subproduto mais potente do tamoxifeno, impede o crescimento de células cancerígenas dependentes de estrogênio e bloqueia a proteína quinase C, o que pode contribuir para a agressividade de alguns tipos de câncer. Pacientes na pré-menopausa com câncer de mama ER+ são tratadas com supressão da função ovariana e inibidores da aromatase para reduzir os níveis de estrogênio e retardar o crescimento do câncer. Embora eficaz, essa abordagem causa efeitos colaterais significativos devido à supressão profunda do estrogênio. O estudo do Dr. Goetz financiado pelos SPORE investiga se o endoxifeno sozinho pode erradicar as células cancerígenas, eliminando possivelmente a necessidade de tratamentos mais tóxicos, como a quimioterapia. Ele também está estudando o papel da proteína quinase C no câncer de mama ER+.

Estudo da Mayo Clinic Descobre que a Radioterapia Mais Curta e Menos Intensa É Eficaz para Pacientes com Câncer de Mama

A radioterapia pode ser uma parte essencial do plano de tratamento do câncer de mama de uma pessoa; no entanto, ela pode causar alterações na aparência da pele, inchaço, dor e outras complicações. Esses efeitos secundários podem ser prejudiciais para a qualidade de vida da paciente. Em um estudo recente sobre o câncer de mama, pesquisadores da Mayo Clinic descobriram que é possível reduzir com segurança a intensidade e encurtar a duração do tratamento de radioterapia para três dias em pacientes selecionadas com câncer de mama após a realização de sua lumpectomia.

"Este tratamento leva normalmente de cinco a 15 dias, e às vezes pode causar efeitos colaterais indesejados, incluindo mudanças na aparência da mama. No entanto, esse novo método administra uma dose mais baixa de radiação em apenas três sessões, utilizando fótons, prótons ou braquiterapia", explica o Dr. Robert Mutter, radio-oncologista da Mayo Clinic e autor principal do estudo. "A nova abordagem personalizada foi bem tolerada pelas pacientes e resultou em um excelente controle do câncer, com melhores resultados estéticos a longo prazo em comparação com os que haviam sido relatados anteriormente durante os tratamentos mais longos."

Como um todo, essa pesquisa vem trazendo abordagens inovadoras e ajudando médicos e pacientes a tomar decisões informadas sobre o tratamento, poupando possivelmente as pacientes de alguns dos efeitos colaterais mais graves da quimioterapia, terapia hormonal e radioterapia.

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