ROCHESTER, Minnesota — O adenocarcinoma pancreático (ACDP) é um carcinoma letal geralmente resistente à quimioterapia. Os pesquisadores têm buscado formas de aumentar a sensibilidade dos tumores aos medicamentos de combate ao câncer.

Um estudo liderado pela Mayo Clinic e publicado hoje abre um novo fronte promissor nessa batalha.

Utilizando linhas de células e modelos portadores de tumores, os pesquisadores descobriram que a inibição da GSK-3, uma enzima presente em vários processos que promovem o câncer, sensibiliza as linhas de células do ACDP à gemcitabina, o quimioterápico mais comumente utilizado. Eles descobriram que o tratamento com inibidores de GSK-3 suprime a capacidade das células cancerígenas de consertar danos ao DNA de fita simples induzidos pela gemcitabina.

Os achados, publicados na Clinical Cancer Research, a revista da American Association for Cancer Research, sugere que os inibidores de GSK-3 podem superar a resistência à gemcitabina e a outros quimioterápicos, segundo Daniel D. Billadeau, Ph.D., um pesquisador da Mayo Clinic cujo trabalho se foca no câncer de pâncreas.

"O nosso estudo identificou uma função até então desconhecida da GSK-3 na regulação da capacidade da célula de reagir e consertar seu DNA após a quimioterapia", afirmou o Dr. Billadeau, professor de imunologia, bioquímica e biologia molecular do Mayo Clinic College of Medicine and Science. "Os achados indicam que, ao inibir a GSK-3, podemos impedir a resposta das células aos danos no DNA, resultando na morte sinérgica das células tumorais, mesmo em células naturalmente resistentes à quimioterapia."

O ACDP constitui 93% dos cânceres de pâncreas, e prevê-se que ele passará a ser a segunda maior causa de mortes relacionadas ao câncer nos Estados Unidos até 2030. A taxa de sobrevivência relativa a 5 anos dos pacientes com ACDP é inferior a 10%.

Nesse estudo, as linhas de células de câncer do pâncreas e as amostras tumorais coletadas dos pacientes foram tratadas com um novo inibidor de GSK-3, chamado de 9-ING-41, sozinho ou em conjunto com a quimioterapia. Os pesquisadores descobriram que o inibidor de GSK-3 aumentava consideravelmente a morte das células tumorais do câncer do pâncreas e prolongava a sobrevivência nos modelos portadores de tumores quando combinado com a quimioterapia.

"Muitos tumores de câncer do pâncreas são resistentes aos dois quimioterápicos mais comumente utilizados", disse Li Ding, Ph.D., uma parceira sênior de pesquisa da Mayo Clinic e a principal autora do estudo. "Dessa forma, identificar formas de sensibilizar os tumores resistentes ou aumentar a eficácia da quimioterapia é crucial."

O inibidor de GSK-3 utilizado no estudo está incluído em um estudo clínico de Fase 1a/1b da Mayo Clinic, e os resultados desse estudo são extremamente relevantes para esse trabalho, de acordo com a Dr. Ding.

O Dr. Billadeau e o coautor Andrey Ugolkov, M.D., têm participação acionária e são consultores e/ou membros do conselho da Actuate Therapeutics Inc. Os coautores Francis Giles, M.D. e Alan Kozikowski, Ph.D., têm participação acionária na Actuate Therapeutics. Kozikowski também tem participação acionária na StarWise Therapeutics. O coautor Daniel Schmitt é funcionário e tem participação acionária na Actuate Therapeutics, e o coautor Andrew Mazar, Ph.D., é consultor/membro do conselho da Actuate Therapeutics.

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