ROCHESTER, Minnesota. — A lepra tem uma história que tem atravessado séculos e sociedades ao redor do mundo. Pois é, continua sendo um problema, inclusive na idade moderna. Os afetados pelas doenças de pele crónicas e infecciosas ainda fazem frente ao estigma social e à falta de assistência médica que as pessoas têm suportado desde as origens da doença mesma. Embora a lepra possa ser tratada, a Organização Mundial da Saúde reportou 216.108 casos em 2016, nos quais alguns desses pacientes têm procurado um tratamento no campus de Rochester da Mayo Clinic.

Com o intuito de encontrar os fatores de risco e as informações demográficas dos afetados, os pesquisadores debatem estudos de casos locais de lepra na próxima edição da Mayo Clinic Proceedings.

Por meio de uma base de dados de prontuários eletrônicos, os pesquisadores identificaram nove pacientes com lepra que foram avaliados e tratados na Mayo Clinic entre 1994 e 2017. As informações demográficas foram obtidas desses pacientes, incluindo a idade, sexo, país da origem, histórico de viagens e resultados da biopsia cutânea. Sete pacientes foram homens, e duas foram mulheres, de idades entre 15 e 63 anos. Seis pacientes emigraram desde países estrangeiros (Guam, Indonésia, México e Micronésia) e três pacientes nasceram nos EUA. Todos os pacientes tinham lesões de pele por lepra no tronco, nas extremidades superiores e inferiores, e/ou na cabeça e no pescoço. Muitos dos pacientes também tinham sintomas neurológicos, incluindo a redução de sensibilidade.

Os fatores comuns encontrados nos pacientes na análise incluem linhagem micronésia e extensa viagem enquanto estão sendo imunossupressores. Spencer Bezalel, M.D., um dos autores, ressalta que a pessoa média nos EUA não tem o risco de contrair lepra. “As pessoas imunossupressoras que viajam a países nos quais a doença aparece em altas taxas são as que têm o risco mais elevado, pois são pessoas que planejam estar em contato com outras pessoas infetadas por um período longo de tempo”, diz o Dr. Bezalel.

A lepra é causada principalmente pela bactéria Mycobacterium leprae. Raramente, é causada por uma espécie mais nova conhecida como M. lepromatosis. A doença afeta principalmente à pele e aos nervos periféricos. Embora não seja conhecido o mecanismo exato de transmissão, se acredita que uma pessoa precisa de estar em contato com um individuo infetado por um período longo de tempo. Em alguns casos, é sabido que os tatus, que são anfitriões da bactéria, transmitem a doença. Em muitos casos atuais, as pessoas que desenvolvem a lepra são imunossupressoras, como os pacientes de transplante ou aqueles que tomam medicamentos imunossupressores por outros motivos. Caso contrário, essas pessoas vivem ou viajam a lugares nos quais as taxas de lepra são altas.

Enquanto a lepra não é comum nos EUA, essa pesquisa demonstra que a doença não pode ser evitada completamente em algumas circunstâncias. É adequado o tratamento da lepra com antibióticos e controle em pessoas imunossupressoras ou naquelas que viajam consideravelmente para prevenir a devastação causada pela lepra no passado. “A lepra não é altamente contagiosa nem pode ser transmitida facilmente, e a maioria das pessoas são imunes a essa doença”, diz o Dr. Bezalel.

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