8 de janeiro de 2018

Ratos obesos perdem a ansiedade quando “células zumbis” saem do cérebro

Newswise — ROCHESTER, Minnesota. — Pesquisadores e colaboradores da Mayo Clinic demonstraram em ratos que a obesidade aumenta o nível de células “zumbis” ou senescentes no cérebro e que essas células, por sua vez, estão ligadas à ansiedade. Quando drogas senolíticas são usadas para limpar essas células, os comportamentos ansiosos nos ratos se dissipam. Esses resultados aparecem na revista Cell Metabolism.

Células senescentes são exatamente o que o nome “zumbi” indicaria – células semidormentes que permanecem em uma certa área do corpo e, com isso, prejudicam outras funções. A pesquisa tem mostrado que elas contribuem para aspectos do envelhecimento, desde osteoporose até diabetes e fraqueza muscular. Neste caso, os pesquisadores sabiam que a obesidade – tanto em humanos como em ratos – está relacionada ao aumento da ansiedade e outros problemas emocionais. No entanto, os detalhes dessa relação não estão claros.

Usando ratos geneticamente modificados e ratos normais, a equipe, que inclui pesquisadores do Mayo Clinic Robert and Arlene Kogod Center on Aging (Centro para Envelhecimento Robert e Arlene Kogod da Mayo Clinic) e da Universidade de Newcastle, bem como outros pesquisadores, determinou que os ratos do estudo desenvolveram mais células de gordura na área do cérebro que controla a ansiedade e tiveram um aumento significativo de células senescentes naquela região. Nos dois modelos usados de ratos, limpar as células com drogas senolíticas resultou no fim do comportamento ansioso; desaparecimento das células lipídicas no cérebro; e retomada da neurogênese, ou crescimento celular neurológico normal.

Como você diz se um rato tem ansiedade? Vários testes validados cientificamente são usados. Um rato ansioso tende a evitar áreas abertas em seu ambiente, e tende a se mover apenas ao longo das paredes externas ou cantos do seu recinto. Além disso, os ratos ansiosos se comportam de maneira diferente nos testes de labirintos, apresentando desempenho ruim e hesitação, muitas vezes não completando o teste. Após a remoção das células zumbis, os ratos se saíram muito melhor, apesar de ainda estarem obesos.

Em seu artigo, os autores dizem: “Nossos dados, ao demonstrarem uma ligação entre obesidade, senescência e comportamento semelhante à ansiedade, fornecem suporte essencial para a potencial viabilidade da administração de senolíticos para tratar o comportamento ansioso associado à obesidade, desde que testes clínicos validem essa abordagem.”

Eles dizem que mais pesquisas pré-clínicas também são necessárias para determinar quais tipos de células senescentes são responsáveis e definir o mecanismo de ação mais completamente.

O apoio à pesquisa veio da Cancer Research UK (Pesquisa sobre o Câncer do Reino Unido), de uma Bolsa da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Newcastle, da Academia de Ciências Médicas, do Grupo Connor, dos National Institutes of Health (Institutos Nacionais de Saúde), do prêmio Glenn/Federação Americana para Pesquisas Inovadoras sobre Envelhecimento em Gerontologia, de Robert e Theresa Ryan, das Fundações Ted Nash Long Life e Noaber, da Medicina Regenerativa Minnesota, e de Humor the Tumor (Humorismo para o Tumor).

Os pesquisadores incluem o primeiro autor Mikolaj Ogrodnik, Ph.D., e os autores sêniores Diana Jurk, Ph.D., anteriormente da Universidade de Newcastle e agora na Mayo Clinic, e James Kirkland, MD, Ph.D., da Mayo Clinic. A equipe também incluiu pesquisadores da Universidade de Stony Brook, do Instituto de Física e Tecnologia de Moscou, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas e da Universidade do Oriente Próximo, em Chipre.

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