Newswise — ROCHESTER, Minnesota. — Historicamente, a maioria dos pacientes com câncer de pâncreas, cujos tumores crescem fora do pâncreas afetando veias e artérias, recebe a notícia de que o câncer é incurável através de cirurgia e que eles devem ser preparar para um tempo médio de sobrevida de 12 a 18 meses. Um estudo recém-publicado da Mayo Clinic constata que um plano de tratamento pré-cirúrgico focado em três fatores pode estender a vida por muito mais anos. As constatações estão publicadas no periódico Annals of Surgery, pertencente à Associação Americana de Cirurgias e Associação Europeia de Cirurgias.

O estudo acompanhou 194 pacientes da Mayo Clinic que passaram por quimioterapia seguida de radiação e cirurgia. Conseguiu-se um tempo médio de sobrevida de 58,8 meses, um pouco menos que cinco anos. Os pesquisadores constataram que pacientes com esses três fatores tinham sobrevida significativamente mais longa do que os demais:

  • Em relação à quimioterapia estendida antes da cirurgia, descobriu-se que quanto mais ciclos realizados, mais longa a sobrevida.
  • Um marcador tumoral CA 19-9 que se enquadrou em um nível normal após a quimioterapia.
  • Um tumor que, quando removido cirurgicamente, foi detectado como total ou majoritariamente eliminado por causa da quimioterapia.

O autor principal, Dr. Mark Truty, estima que quase metade de seus pacientes com comprometimento das veias e artérias o procuraram após saberem em algum lugar que o câncer não poderia ser curado através de cirurgia. Ele espera que as constatações do estudo convençam os médicos de que, para muitos desses pacientes, a sobrevida a longo prazo é possível se receberem tratamento apropriado antes da cirurgia.

“No momento, temos técnicas cirúrgicas mais avançadas, bem como quimioterapia e radioterapia mais eficazes. Podemos pegar todos esses avanços e juntá-los para conseguir os resultamos que estamos buscando,” diz o Dr. Truty, cirurgião oncológico na Mayo Clinic em Rochester, Minnesota. “A meta é estender as vidas dos pacientes e manter ou melhorar sua qualidade de vida”.

Cerca de 55 mil pessoas nos EUA são diagnosticadas com câncer de pâncreas todos os anos. Em um terço delas, o tumor não se espalhou para outros órgãos, mas cresceu fora do pâncreas afetando veias e artérias. No linguajar médico, esses tumores são considerados reversíveis limítrofes ou localmente avançados. De acordo com o senso comum, a cirurgia oferece aos pacientes com câncer de pâncreas a chance única de sobrevida a longo prazo, mas esses pacientes não podem ser submetidos à cirurgia devido a um alto risco de o câncer permanecer e o prognóstico de sobrevida ser ruim. O estudo da Mayo Clinic refuta esse senso comum.

A equipe de pesquisa acompanhou 194 desses pacientes tratados na Mayo por sete anos, sendo que todos receberam quimioterapia personalizada seguida por radiação e cirurgia para retirada do tumor. Para a maior parte dos pacientes, a cirurgia incluía a remoção e reconstrução das veias e/ou artérias afetadas por tumores pancreáticos. Para fins de cuidados médicos antes da cirurgia, foi crucial descobrir qual seria a quimioterapia correta e dar continuidade a isso até que o marcador tumoral CA 19-9 estivesse normal e a tomografia por emissão de pósitrons, um tipo de exame por imagem avançado conhecido como PET, mostrasse que o tumor estava eliminado, afirmou o Dr. Truty.

Quanto mais desses fatores os pacientes tinham, melhor eram os resultados. Devido ao fato de esses três fatores serem todos relacionados à quimioterapia e à resposta a ela, é possível ajudar muito mais pacientes a consegui-los por meio do ajuste da quimioterapia antes da cirurgia, diz o Dr. Truty. Vinte e nove por cento dos pacientes tiveram todos os três fatores identificados no estudo; o tempo médio de sobrevida ainda não foi calculado porque mais da metade desses pacientes continuam vivos. Outros 29% tiveram dois fatores, sendo que sua sobrevida média foi de 58,6 meses.

Trinta e um por cento tiveram um fator, sendo que a sobrevida média foi de 29,7 meses. Onze por cento tiveram nenhum dos fatores, sendo que a sobrevida média foi de 18,5 meses.

“O ponto principal é que pacientes com esses canceres avançados podem ter resultados muito bons se forem tratados da maneira correta antes da operação,” afirma o Dr. Truty. “Nossos dados mostram que não há diferença na sobrevida a longo prazo, independentemente do comprometimento ou não de uma veia ou artéria. São aqueles três fatores relacionados a como a quimioterapia foi administrada, e se foi eficaz, realizando-se radiação e cirurgia apenas após isso”.

Tão importante quanto identificar quem é um bom candidato à cirurgia é mostrar exatamente quem é um candidato ruim, afirma o Dr. Truty. A operação é mais complexa do que a cirurgia em pacientes cujo câncer não se espalhou além do pâncreas, e os riscos têm que ser ponderados em relação ao benefício previsto. Dada a magnitude da cirurgia, ela é realizada apenas em alguns centros nos EUA, incluindo a Mayo Clinic.

Devido à importância do estudo para os pacientes, a Mayo Clinic pagou uma tarifa para que o artigo fosse aberto ao público no site do periódico: https://journals.lww.com/annalsofsurgery/Abstract/publishahead/Factors_Predicting_Response,_Perioperative.95162.aspx

###

Sobre a Mayo Clinic
A Mayo Clinic é uma organização sem fins lucrativos comprometida com a prática clínica, a formação e a pesquisa, que presta cuidados especializados e abrangentes a todos que buscam a cura. Saiba mais sobre a Mayo Clinic. Visite a página Mayo Clinic News Network.

Contato de imprensa:
Sharon Theimer, Relações públicas da Mayo Clinic, 507-284-5005[email protected]

 

MEDIA CONTACT
Register for reporter access to contact details
CITATIONS

Annals of Surgery