JACKSONVILLE, Flórida — Conhecido por seu prognóstico precário, o adenocarcinoma de pulmão é o tipo de câncer de pulmão mais comum, responsável por aproximadamente 4 de 10 diagnósticos, de acordo com o National Institute of Cancer. Os pesquisadores do campus da Flórida da Mayo Clinic agora podem distinguir entre duas vias onde esse câncer fatal pode se desenvolver. Eles afirmam de que a descoberta pode ajudar futuros pacientes. Os resultados aparecem na Cancer Cell

"A habilidade de identificar a via específica pela qual um adenocarcinoma de pulmão do paciente chega aumenta nossa capacidade de prever quais pacientes tem a probabilidade, ou não, de se beneficiar de um tratamento em particular. Espera-se que isso proporcione opções alternativas para pacientes cujo subtipo de câncer dificilmente responderá," afirma Alan Fields, Ph.D., um biólogo de câncer e autor sênior do estudo. Dr. Fields é o Monica Flynn Jacoby Professor of Cancer Research da Mayo Clinic. 

Ele e sua equipe estudaram as características moleculares do adenocarcinoma de pulmão em camundongos e encontraram duas vias nas quais esse câncer pode se desenvolver. A primeira via depende do gene que está causando o câncer conhecido como "proteína quinase C iota (PKCiota)". A segunda via, identificada como a "via de sinalização Wnt/Beta", foi constatada que opera independentemente da PKCiota. Foi constatado que os adenocarcinomas de pulmão que resultam em duas vias diferentes se formam em regiões diferentes do pulmão e por meio de diferentes células de origem. 

Uma vez que essas duas vias foram reveladas em camundongos, o Dr. Fields e colegas consideraram como a descoberta pode ser aplicada às pessoas. Para começar, eles compararam as vias no modelo camundongo aos seis subtipos moleculares conhecidos desse câncer em seres humanos. Os cientistas encontraram uma correspondência: um marcador celular que lhes permite prever quais células de adenocarcinoma de pulmão se originam da via independente da PKCiota que eles descobriram nos camundongos. 

Para testar se os tumores que surgem com as vias dependentes e independentes da PKCiota podem ser sensíveis a terapias de câncer específicas, a equipe do Dr. Fields então realizou um experimento em células humanas e no modelo camundongo. Como esperado, eles descobriram que dois medicamentos afetaram os subtipos de adenocarcinoma de forma diferente, dependendo da sua via subjacente. Esses resultados sugeriram aos pesquisadores que eles podem prever como esses subtipos de câncer irão responder a terapias direcionadas. 

Como uma próxima etapa, a equipe trabalhará para determinar se eles podem identificar de forma eficaz e específica o adenocarcinoma de pulmão independente versus dependente em pacientes humanos e confirmar se os medicamentos experimentais podem inibir de forma previsível o crescimento do câncer de pulmão nos pacientes independentes e dependentes da PKCiota. 

Pelo fato da via PKCiota ser também importante para outros canceres, os pesquisadores pensam que suas descobertas podem ser aplicadas além do câncer do pulmão. 

Esse trabalho foi desenvolvido através de esforços prévios do Dr. Fields e colegas, que foram os primeiros a descobrir a ligação entre a PKCiota e a iniciação, promoção e propagação de canceres de pulmão. 

Outros pesquisadores são Ning Yin, Ph.D., o autor principal do estudo; Yi Liu, Ph.D.; Andras Khoor, M.D., Ph.D.; Xue Wang, Ph.D.; E. Aubrey Thompson, Ph.D.; Verline Justilien, Ph.D.; Capella Weems; and Nicole Murray, Ph.D. — todos da Mayo Clinic — bem como Michael Leitges, Ph.D., da Memorial University of Newfoundland no Canadá. 

Esse estudo foi financiado pelos National Institutes of Health, pelo fundo de doação Monica Flynn Jacoby Professor of Cancer Research, um Centro da Mayo Clinic para o Prêmio de Desenvolvimento da Carreira de Descoberta Biomédica e pela Bolsa de Estudos Edward C. Kendall em Bioquímica da escola de pós-graduação da Mayo Clinic de Ciências Biomédicas. Os autores não reportaram nenhum conflito de interesses. 

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