ROCHESTER, Minnesota ― Pessoas com doença cardíaca e outros problemas de saúde subjacentes correm o risco de ficarem gravemente doentes se contraírem a COVID-19. Pacientes cardíacos podem questionar se estão fazendo as coisas certas para sua saúde em um momento em que há poucas pesquisas disponíveis a respeito dessa nova doença viral. Stephen Kopecky, médico cardiologista da Mayo Clinic, fala sobre o que pacientes cardíacos precisam considerar em relação à COVID-19.

Vacinas contra gripe são importantes para afastar inflamação viral

“Um dos passos de precaução mais importantes para uma pessoa com doença cardíaca é ter a vacina contra a gripe,” diz o Dr. Kopecky. “Pesquisas mostram que pessoas vacinadas contra a gripe reduziram o risco de ter um ataque cardíaco ou um derrame por volta de 50 por cento durante a estação da gripe.”

Embora a vacina da gripe não previna a COVID-19, ela pode prevenir a gripe ou pelo menos reduzir a gravidade da gripe. Quanto menos pessoas contraírem e espalharem a gripe, menos pacientes precisarão ser tratados e mais recursos médicos estarão disponíveis agora para a COVID-19.

O Dr. Kopecky diz que o vírus da gripe é perigoso para pacientes cardíacos porque pode causar uma reação inflamatória no corpo todo e a inflamação pode irritar o revestimento das artérias. Se essas artérias já estão distendidas com acúmulo de placa, a inflamação pode levar a um rompimento. Um coágulo de sangue pode se formar, bloqueando o fluxo do sangue para o coração ou cérebro, causando um ataque cardíaco ou derrame.

“Outros vírus respiratórios podem ter um efeito similar. O coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2, ou SARS-CoV-2, é o mesmo vírus que causa a COVID-19. Ele pode aumentar a inflamação geral do corpo assim como faz a gripe ou, se você tiver uma doença cardíaca, pode haver um problema duplo caso você contraia infecção da SARS-CoV-2,” diz o Dr. Kopecky.

Medicações

Considerando a necessidade atual de isolamento social para evitar a propagação da COVID-19, é uma boa ideia verificar seu suprimento de prescrições médicas e estocar o equivalente para um mês. Os pacientes cardíacos não devem interromper seu cronograma de medicação, a menos que seja sob orientação de seu médico.

“Se você tem mais de 75 anos de idade, parar o uso de estatina aumenta o risco de ter que ir ao hospital por um evento cardíaco em aproximadamente um terço. Logo, é muito importante manter o uso da estatina para que você possa ficar longe dos hospitais,” diz o Dr. Kopecky.

Ele acrescenta que o mesmo vale para betabloqueadores. Não pule doses. Pacientes que estão tomando uma enzima conversora da angiotensina, ou ECA, inibidor ou bloqueador do receptor da angiotensina não devem parar o tratamento, a menos que seja sob orientação de seu médico.

“Usar medicamento anti-inflamatório não esteroide é comum na estação da gripe, mas pode aumentar o risco de um evento cardíaco dentro de sete dias do seu uso diário. Isso serve para todos os anti-inflamatórios não esteróideos, com exceção do naproxeno, que pode ser tomado todos os dias por 30 dias antes de aumentar o risco de um evento cardíaco. A melhor opção é tomar acetaminofeno, que não aumenta o risco de um evento cardíaco,” diz o Dr. Kopecky.

Manter uma dieta saudável, peso

Manter o aumento de peso sob controle durante períodos de stress é importante, especialmente para pacientes cardíacos. Se você tem insuficiência cardíaca, pesa-se diariamente no mesmo horário, na mesma balança, vestindo a mesma quantidade de roupas. Algumas pessoas acham mais fácil fazer isso pela manhã assim que acordam.

“Tente manter o peso estável, especialmente tendo em vista que você pode estar comendo refeições com mais sal durante este momento difícil,” diz o Dr. Kopecky.

Em relação ao peso saudável, o Dr. Kopecky diz que há quatro coisas com as quais as pessoas precisam se preocupar em uma dieta moderna:

  1. Comida viciante Comidas viciantes, incluindo comidas processadas como batatas chips e bolachas, fornecem um aumento de energia vindos da gordura e do açúcar que contêm, e criam uma necessidade de comê-las de novo.
  2. Calorias adicionais Calorias adicionais muitas vezes vêm na forma de bebidas doces ou álcool, por isso os pacientes cardíacos precisam prestar atenção no que eles bebem e comem.
  3. Comida automática São as comidas que as pessoas comem sem pensar, como o pão ou salgadinhos, servidos antes de uma refeição.
  4. Comida adulterada São as comidas que parecem melhor do que são por causa das substâncias químicas e processamento usado para produzi-las. Comidas adulteradas não são adições saudáveis.

Continue as atividades físicas

O Dr. Kopecky sugere que os pacientes continuem suas rotinas de atividade física recomendadas se não tiverem sintomas da COVID-19. Além de fornecer o conforto de manter a rotina, a atividade física regular ajuda a aliviar o stress e manter o peso. Ele adverte que comer mais sem se exercitar causará aumento de peso.

“É melhor reconhecer o aumento de peso na sua balança cedo, antes que comece a causar sintomas que levem à falta de ar e a necessidade de ir ao seu médico ou de ir ao pronto socorro,” diz o Dr. Kopecky. “Lembrem-se, façam o que puderem para ficar longe dos hospitais durante essa pandemia, especialmente se você tem um problema cardíaco.”

Veja o site do CDC e o site da Organização Mundial da Saúde para atualizações adicionais sobre a COVID-19.

Para mais informações e toda a nossa cobertura sobre a COVID-19, acesse a Rede de Notícias da Mayo Clinic e mayoclinic.org.

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