COMUNICADO DE IMPRENSA

23 de outubro de 2018

Avaliação nacional de saúde da Mayo Clinic: muitos norte-americanos evitariam o uso de opioides no pós-operatório

Newswise — ROCHESTER, Minnesota, EUA — Embora quase todos os americanos digam que escolheriam uma opção alternativa ao opioides para alívio da dor no pós-operatório, poucos pacientes discutem essa questão com os médicos, de acordo com a Avaliação nacional de saúde da Mayo Clinic.

O mais recente panorama geral sobre a opinião dos norte-americanos sobre os opioides ocorre em um momento em que as overdoses de opioides estão aumentando. Cerca de 72 000 americanos, um número recorde, morreram de overdose em 2017, segundo estimativas preliminares dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC, Centros de Controle e Prevenção de Doenças). Grande parte dessas mortes está relacionada a opioides.

“Embora analgésicos a base de opioides possam ser a melhor escolha para pacientes no pós-operatório, existe risco de dependência em casos de uso prolongado”, relatou Halena Gazelka, M.D., diretora do Programa de administração de opioides da Mayo Clinic. “Na Mayo Clinic, estamos realizando uma pesquisa sobre as práticas de prescrição de opioides para garantir os melhores resultados e experiência possíveis para o paciente, com a mínima exposição a opioides.”

A pesquisa da Mayo Clinic tem sido usada para criar diretrizes e ferramentas de prescrição de opioides para os consultórios médicos de dentro e de fora da Mayo, para identificar pacientes que não precisam de opioides e, em alguns casos, para reduzir as prescrições pela metade. A Avaliação nacional de saúde da Mayo Clinic, lançada em janeiro de 2016, fornece uma visão geral sobre a opinião dos pacientes em relação a assuntos de saúde.

Veja as principais conclusões abaixo.

Poucos pacientes discutem com seus médicos sobre alternativas e dependência de opioides.

Dos pacientes que participaram da pesquisa, 94% afirmam que escolheriam um tratamento alternativo aos analgésicos a base de opioides. No entanto, somente um quarto dos participantes disse que já discutiram com o médico sobre os tratamentos alternativos. Medo de dependência (34%) foi citado como um dos principais motivos para preferir opções alternativas de tratamento. Os homens (45%) tendem a discutir mais sobre o risco de dependência do que as mulheres (38%). O tratamento alternativo mais escolhido pelos participantes foi a fisioterapia (80%), seguida de analgésicos não controlados (75%), medicina alternativa, como acupuntura (53%) e maconha medicinal (49%).

Os americanos consideram o abuso de opioides um problema, mas não consideram que eles mesmos estejam em risco.

A epidemia dos opioides está afetando comunidades de todo o país, porém os participantes foram mais propensos a citar cidadãos urbanos (37%) como a categoria de maior risco à dependência de opioides. Apesar desta opinião, as áreas rurais são as mais atingidas, sendo que as taxas de morte por opioides quadruplicaram entre pessoas de 18 a 25 anos e triplicaram entre mulheres no período de 1999 e 2015, segundo o CDC. Aproximadamente metade (49%) dos participantes acredita que o abuso de opioides é um problema grave para a comunidade, mas a maioria dos americanos (67%) tem certeza de que se tomarem opioides para tratar dores crônicas, não se tornarão dependentes.

Grande parte dos americanos acha que opioides tratam dores crônicas.

Opioides são mais eficazes no tratamento de dores de curto prazo. No entanto, muitos americanos (79%) acreditam que dores crônicas são um motivo para conseguirem receitas de opioides, e 31% ainda dizem que já usaram opioides para tratar dores crônicas. Um número cada vez maior de pesquisas sugere que opioides — drogas às quais os pacientes podem desenvolver tolerância — não são ideais para o tratamento de dores crônicas. Um estudo de 2017 sugere que o uso de opioides pode aumentar até o risco do surgimento de dores crônicas no futuro.  

Os americanos não sabem como descartar os analgésicos a base de opioides.

Somente 1 entre 4 usuários de opioides afirma que recebeu instruções claras do farmacêutico ou médico sobre como descartar as pílulas não utilizadas, e somente 26% dos usuários disseram que participaram de um programa de descarte de medicamentos. Os participantes que receberam receitas de opioides tiveram mais probabilidade (30%) de manter os medicamentos restantes na gaveta de remédios. Os outros citaram que jogaram os remédios no vaso sanitário e deram descarga (17%), jogaram no lixo (17%), ou os usaram para tratar outras dores (12%).

“Uma das etapas mais importantes que as pessoas podem realizar para evitar o abuso de medicamentos controlados é se livrar de medicamentos não utilizados da gaveta de remédios”, disse a Dra. Gazelka. “O descarte correto ajuda a evitar que esses remédios caiam em mãos erradas — de alguém que já seja dependente, ou talvez de um adolescente ou criança curiosa.”

O National Prescription Drug Take Back Day (Dia nacional do descarte de medicamentos controlados) será no sábado, dia 27 de outubro, e oferece uma maneira segura e prática de descartar seus medicamentos controlados, incluindo os opioides. Você pode encontrar locais de coleta próximos à sua casa em takebackday.dea.gov.

 

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Sobre a Avaliação nacional de saúde da Mayo Clinic

A Avaliação nacional de saúde da Mayo Clinic foi realizada em julho de 2018, por meio da Pesquisa omnibus Telephone CARAVAN da Engine, com 1270 adultos que vivem os Estados Unidos. Saiba mais em healthcheckup.mayoclinic.org

 

Sobre a Mayo Clinic

A Mayo Clinic é uma organização sem fins lucrativos comprometida com a prática clínica, a formação e a pesquisa, que presta cuidados especializados e abrangentes a todos que buscam a cura. Saiba mais sobre a Mayo Clinic. Visite a página da Mayo Clinic News Network.

Contato de imprensa:

  • Heather Carlson Kehren, Relações públicas da Mayo Clinic, 507-284 5005,, [email protected]