JACKSONVILLE, Florida — Em colaboração com a Universidade de Kentucky, Centro Médico da Universidade de Texas Southwest, o Centro Médico da Universidade Rush e a Universidade de Cambridge no Reino Unido, entre outras instituições, os pesquisadores da Mayo Clinic ajudaram a estabelecer um nome para uma doença cerebral degenerativa que aflige os idosos e imita características da doença de Alzheimer. Esse grupo de trabalho descreve a "encefalopatia por TDP-43 relacionada à idade com predominância límbica" ou LATE, como um risco subestimado para a saúde pública e pede um enfoque urgente em pesquisas para melhorar a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. O relatório aparece na revista Brain.

"LATE é uma condição prevalente em idosos, mas é pouco reconhecida", diz Dennis Dickson, Doutor em Medicina, neuropatologista da Mayo Clinic. "Estamos estudando essa proteína há muitos anos, mas agora temos um objetivo comum a atingir, que é algo que queremos conscientizar em clínicos. O LATE precisa ser reconhecido e diferenciado da doença de Alzheimer."

Pesquisadores da Mayo Clinic estavam entre os líderes do grupo de trabalho, com a Universidade de Kentucky liderando o estudo. Dr. Dickson e seus colegas identificaram a primeira manifestação patológica de LATE em 13 pacientes idosos com demência e alterações cerebrais em 1994. Outros grupos construíram e expandiram o trabalho inicial dele e de outros.

"Tendo em conta que pessoas de idade avançada (mais de 80 anos) têm maior risco de LATE e constituem um grupo demográfico em rápido crescimento em muitos países, o LATE tem um impacto crescente mas pouco reconhecido na saúde pública", diz o relatório.

O relatório é um apelo para uma tomada de medida, diz a Doutora Melissa Murray, uma neurocientista molecular da Mayo Clinic. "Este documento de consenso é um acúmulo de pesquisas de vários grupos que passaram a última década trabalhando nisso. Nós nos reunimos para declarar que o LATE é sua própria entidade patológica - uma doença específica."

Clifford Jack Jr., Doutor em Medicina, neuroradiologista da Mayo Clinic, e a Doutora Rosa Rademakers, neurogeneticista da Mayo Clinic, também são co-autores do relatório.

Um dos objetivos do grupo de trabalho era concordar com um nome e uma nomenclatura comum para a doença. A proteinopatia TDP-43 relacionada à idade é conhecida pelos clínicos há cerca de uma década, mas faltava uma terminologia comum. Identificar a doença é um passo importante para estimular futuras pesquisas, diz o relatório.

O grupo de trabalho recomenda que o teste TDP-43 seja realizado como parte da avaliação de rotina da autópsia em todos os pacientes idosos. Além disso, mais investigações são necessárias para testar os sintomas relacionados e os não relacionados à memória que distinguem o LATE de outros transtornos degenerativos. Nenhum teste de diagnóstico está disponível para identificar pacientes com LATE, embora uma área interessante de pesquisa será o desenvolvimento de biomarcadores para imagens do cérebro, com o objetivo de revelar a doença no início de sua progressão no paciente, diz Dr. Murray.

A pesquisa sobre doenças neurológicas, como o LATE, foi possível graças aos recursos do Banco de Cérebros, no campus da Clínica Mayo, na Flórida. Este Banco de Cérebros, que contém mais de 6.000 espécimes, é um dos maiores repositórios de espécimes de tecido cerebral no mundo.

A pesquisa do LATE, diz o Dr. Murray, é um "exemplo de como os programas de doação de órgãos são cruciais para o avanço do conhecimento científico."

O financiamento incluiu doações do Instituto Nacional do Envelhecimento americano e dos Institutos Nacionais de Saúde americanos. Informações completas sobre financiamento e conflito de interesses podem ser encontradas na publicação.

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