Newswise — Rochester, Minnesota - Pesquisadores da Mayo Clinic e colegas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Massachusetts Institute of Technology, MIT) desenvolveram uma cola de selagem rápida que pode estancar o sangramento de órgãos independentemente da coagulação. Os detalhes estão publicados na revista médica Nature Biomedical Engineering.
A inspiração para desenvolver a cola? Percebes.
Os percebes são aqueles animais marinhos que aderem às rochas, ao fundo dos navios e aos peixes de grande porte com o objetivo de se manterem no lugar apesar das condições de umidade e das superfícies variáveis. Eles conseguem fazer isso porque liberam um tipo de matriz de óleo que limpa a superfície e repele a umidade. Em seguida, eles formam uma proteína que cria uma ligação cruzada com as moléculas da superfície. Esse processo em duas etapas é o que acontece quando a cola de selagem é aplicada em órgãos ou tecidos.
Historicamente, os cirurgiões utilizavam um tipo de material que acelerava a coagulação e formava um coágulo para estancar o sangramento. Nos casos mais rápidos, isso levaria vários minutos. Em estudos pré-clínicos, a equipe de pesquisa demonstrou que a cola estanca o sangramento em apenas 15 segundos, mesmo antes do início da coagulação.
“Os nossos dados demonstram como a cola atinge hemostasia rápida de modo independente da coagulação. A selagem resultante do tecido pode resistir até mesmo a pressões arteriais elevadas”, afirma Christoph Nabzdyk, M.D., anestesista cardíaco e médico de cuidados críticos da Mayo Clinic. “Acreditamos que a cola pode ser útil para estancar sangramentos graves, inclusive em órgãos internos e para pacientes com distúrbios de coagulação ou que estejam usando medicamentos anticoagulantes. Ela pode se tornar útil para o cuidado de vítimas de traumas militares e civis”. Dr. Nabzdyk é o coautor principal do estudo.
A cola consiste em um material injetável que é composto por uma matriz de óleo repelente de água e micropartículas bioadesivas. São as micropartículas que se ligam umas às outras e à superfície do tecido após o óleo ter oferecido um local limpo para a fixação. O biomaterial é reabsorvido lentamente em um período de semanas.
O estudo contou com o apoio do Deshpande Center do MIT, do National Institutes of Health, da National Science Foundation, do Army Research Office, da The Zoll Foundation e do programa Samsung Scholarship. A tecnologia é protegida por uma patente compartilhada entre o MIT e a Mayo Clinic.
Os coautores são: Hyunwoo Yuk, Ph.D.; Jingjing Wu, Ph.D.; Xinyu Mao, Ph.D.; Claudia Varela; Ellen Roche, Ph.D. e Xuanhe Zhao, Ph.D., do MIT, e Tiffany Sarrafian Griffiths, D.V.M., Ph.D. e Leigh Griffiths, Ph.D. da Mayo Clinic.
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