Investigadores da Mayo: apixabana oral segura, eficaz no tratamento de coágulos sanguíneos em pacientes com câncer

COMUNICADO DE IMPRENSA

5 de dezembro de 2018

Investigadores da Mayo: apixabana oral segura, eficaz no tratamento de coágulos sanguíneos em pacientes com câncer

Newswise — SAN DIEGO — Os investigadores da Mayo Clinic constataram que um medicamento oral, apixabana, utilizado para tratar a formação de coágulos de sangue em pacientes submetidos a terapia contra o câncer, é seguro e eficaz. O medicamento foi associado a uma menor quantidade de complicações hemorrágicas e menos formação recorrente de coágulos sanguíneos, em comparação com a heparina de baixo peso molecular. Os resultados foram apresentadas na assembleia anual da Sociedade Americana de Hematologia por Robert McBane II M.D., um cardiologista da Mayo Clinic.

“Praticamente um em cada cinco pacientes com câncer irá desenvolver coágulo nas veias, conhecido como trombose venosa profunda ou embolia pulmonar”, diz Dr. McBane. “Eventos de coagulação podem ser fatais, sendo a embolia pulmonar a segunda causa mais comum de morte em pacientes com câncer.”

Enquanto injeções duas vezes por dia de heparina de baixo peso molecular têm sido o tratamento tradicional escolhido para pacientes com câncer que sofrem com coágulo venoso, o Dr. McBane diz que existem limitações para esta terapia.

“Essas injeções podem ser dolorosas e causar diversos hematomas no local da injeção. As injeções são caras, custando quase US$ 100 por dia. Além disso, os pacientes com câncer podem apresentar baixa contagem de plaquetas e correr o risco de desenvolver um distúrbio de coagulação chamado ‘trombocitopenia induzida por heparina’”, afirma.

O Dr. McBane observa que o câncer e o tratamento do câncer podem estar associados com lesões renais, o que pode limitar ainda mais o uso do medicamento. Não existe um bom antídoto para o medicamento, caso surja um problema de hemorragia, afirma.

“Mais recentemente, vários novos anticoagulantes, chamados ‘anticoagulantes orais diretos’, foram disponibilizados”, diz o Dr. McBane. “Como classe, esses medicamentos têm diversas vantagens, incluindo a administração oral, a falta de interações com alimentos ou outros medicamentos e não ser necessário monitorar os níveis de medicamentos.” Ele afirma que essas qualidades tornam essa classe de medicamentos muito mais fácil de usar do que os anticoagulantes tradicionais. No entanto, até agora não era claro se esses medicamentos poderiam ser usados com segurança em pacientes com câncer. 

Dr. McBane afirma que as pesquisas sobre qualidade de vida realizados mensalmente ao longo do estudo de seis meses constataram que os pacientes tinham clara preferência à apixabana oral em comparação à dalteparina injetável.

“Esperamos que este medicamento também irá melhorar a adesão ao medicamento em pacientes com câncer que necessitem de terapia com afinador sanguíneo”, diz ele.

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